segunda-feira, 6 de abril de 2009

SUBDIVISÕES DA CAPOEIRA

Capoeira Angola e Capoeira Regional

Foto: Jefferson Vieira


Na primeira, fizeram escola mestre Pastinha e mestre João Pequeno. Pastinha foi o fundador da primeira escola de capoeira legalizada pelo governo baiano.

Já a Capoeira Regional encontrou no tão falado mestre Bimba o seu surgimento, que também foi professor de mestre Eziquiel, responsável pela disseminação da capoeira pelo mundo, além de ser um de seus maiores cantadores e compositores.


DIVISÕES

ANGOLA:
é a que mais se aproxima da forma como era jogada pelos negros
escravos. É mais lenta, rasteira e maliciosa.

Os negros que saíam da África e chegavam no Brasil, embarcados no porto de Luanda, fossem eles de qualquer origem, ao chegar no Brasil eram chamados de “Negros de Angola”. Daí o nome. Vicente Ferreira Pastinha, mais conhecido como mestre Pastinha, foi o grande nome desse estilo.



Fonte: www.cppa.com.br

Está na malícia o grande perigo da Capoeira Angola. A malandragem, o fazer que vai e não ir, voltando rapidamente, a “manha”, a ginga do corpo intencionalmente tentando enganar o adversário, diferencia a capoeira das demais artes marciais.

Alguns a classificam como “Capoeira Antiga”, por anteceder a Capoeira Regional. Alvo de controvérsias, a capoeira angolana chega a ser tabu no meio. Tema delicado de ser tratado. Uns acreditam, ser ela uma capoeira mais lenta, menos agressiva e de golpes baixos, tendo as mãos no chão como base.

Outros capoeiristas dizem que ela é mais filosófica. E uma minoria defende que ela nem mais existe, tendo sido superada com o tempo pela Capoeira Regional , que seria mais moderna, com técnicas mais atuais, portanto, mais eficazes nos dias de hoje.

Apesar de todo o reconhecimento no trabalho de mestre Bimba, os capoeiristas mais antigos advertiam que a Capoeira de Angola não precisava passar por mudanças técnicas, uma vez que já a consideravam suficientemente eficiente no que dizia respeito à defesa pessoal.

Com o surgimento da Capoeira Regional, houve no início uma divisão clara na capoeira, e os seguidores de cada uma se opuseram, o que veio a ser intensificado, com a fundação do Centro Esportivo de Capoeira Angola, em Salvador, no ano de 1941, sob a liderança de Vicente Ferreira Pastinha, o mestre Pastinha, que foi descrito por Jorge Amado como "um mulato pequeno, de assombrosa agilidade, de resistência incomum”.

“Capoeira Angola é, antes de tudo, luta e luta violenta”, já dizia o mestre Pastinha. Seus principais golpes são: Meia Lua, Cabeçada, Cutilada de Mão, Chapa de Frente, Chapa de Costas, Rabo de Arraia e Rasteira. Sua música consta de apenas sete notas. O mestre Valmir conta como surgiu seu interesse pela Capoeira Angola.



REGIONAL: idealizada por mestre Bimba - Manoel dos Reis Machado (1899-1974)-, conhecido por sua habilidade nos ringues e na prática da anterior capoeira angolana, trouxe metodologia à
capoeira, criando sequências de ensino, tentando dar a capoeira uma cara mais de luta e menos
de dança, incorporando novos golpes. Antes de se chegar ao atual nome, era chamada de “luta Regional Baiana”.
A data de sua criação consta de 1930, aproximadamente. Dois anos depois foi criada pelo mestre a primeira academia oficialmente registrada em Salvador de que se tem registro. Seu nome era “Centro de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia.”

Bimba introduziu nesta luta golpes de uma outra, já extinta, o Batuque, praticada por seu pai, que era repleta em golpes traumáticos e desequilibrantes. Mestres antigos chegam a dizer que Bimba teria incluído, em sua capoeira, golpes de judô, jiu-jutsu, luta livre e savate.



Fonte: www.meionorte.com

Em sua academia, mestre Bimba dividia seus alunos em três diferentes níveis hierárquicos: “calouro”, “formado” e “formado especializado”. Talvez por ser mais recente, a Capoeira Regional apresenta traços de artes marciais em seu jogo.

Bimba era muito rigoroso. Para fazer parte de sua academia, os capoeiristas da época tinham que fazer certas renúncias. Parar de fumar era uma delas. Beber, idem, uma vez que a bebida é prejudicial à musculatura. “Introspecção”. Sendo a surpresa elemento fundamental numa luta, era aconselhado pouca conversa a respeito da prática fora das rodas.

O silêncio também era valorizado durante os treinos. O capoeirista aprenderia mais prestando atenção nos colegas e superiores do que conversando. O relaxamento do corpo e a ginga também eram muito bem vindos, assim como a coragem de se aproximar do oponente. Quanto mais perto, melhor o aprendizado. Se um lutador tivesse que apanhar, que fosse na roda. Muito pior seria na rua.

Esse estilo foi um importante difusor da capoeira pelo País, incrementando o turismo e o folclore à prática. Foi ele também o responsável por enquadrar a capoeira como categoria esportiva. É uma grande referência atualmente para os praticantes, pois alia as características geográficas com técnicas eficientes de golpes desequilibrantes e traumáticos. Veja abaixo uma roda da capoeira.






Fontes:

História da Capoeira: http://www.abrasoffa.org.br/folclore/danfesfol/capoeira.htm
História da Capoeira: http://www.truenet.com.br/neto/historia.htm
História da
Capoeira:http://www.iesambi.org.br/capoeira_arquivos/capoeirahistoria.htm
História da Capoeira:http://www.magalicapoeira.com/historia-da-capoeira.asp?id=15

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